quarta-feira, janeiro 31, 2007

Aquecimento Global

Já sei, já sei, não estou sendo original. Em todo canto tem se falado disso. Mas é fato que muito gente não está informada, e eu estou tentando me informar o suficiente pra entender e saber o que fazer. E, quem sabe, poder passar informação útil adiante... vou tentar.

Bom. Dia 2 de fevereiro a ONU vai divulgar oficialmente um relatório com resultados de um estudo feito durante seis anos, sobre a aceleração do aquecimento global. As causas do efeito-estufa (basicamente a emissão de CO2 na atmosfera), a projeção das consequências até o fim do século, propostas para reverter a situação e outras questões foram minuciosamente estudadas e serão trazidas a público.

Entre outras consequências, fala-se em elevação do nível dos mares (algo em torno de 50cm), e no aumento da temperatura média em 3oC. O que pode gerar devastação de cidades e ilhas, escassez de alimentos e água, secas...

Tudo isso até o final do século XXI. Logo, menos de 100 anos. Logo, você não deve estar vivo até lá, mas seus filhos sim. Vá lá, seus netos. (e estamos falando aqui do ponto mais crítico da situação, não do começo dela. pensou que ia escapar fácil assim?)

Ok, licença pra ser um tanto dramática. Mas não é mentira. Nem minha nem dos cientistas que realizaram a pesquisa. É comprovado.

Essas consequências não vão ser mínimas e nem pra poucos. O tempo que existe pra provocar mudanças a ponto de reverter a situação é realmente curto, e envolve decisões econômicas em nível mundial, divergência de interesses, estudos e opiniões.

Enfim, eu não tenho conhecimento técnico pra explicar a gravidade da situação. Mas pra quem tiver interesse, eu tirei muitas informações de uma sequência de matérias que estão aqui.

Na minha opinião, não importa se as tais consequências virão em 50 ou 150 anos - como se fosse um grande alívio. Elas já estão se apresentando nitidamente.

Eu li em algum ponto da matéria: "Nós temos um papel a cumprir, mesmo que seja um papel com responsabilidades diferenciadas". E pra mim, isso é muito do que importa agora. Eu entendo essa mensagem como sendo direta pra mim ou qualquer pessoa no mundo. Porque dentro do poder ou da capacidade diferenciada de cada um, qualquer um pode agir, seja comprando um carro à base de combustível menos poluente, colocando abastecimento de energia solar em casa, usando menos o forno elétrico, consertando a geladeira ou apagando a luz desnecessária.

Precisamos nos informar. Precisamos poupar energia. Precisamos nos reeducar. Não tem nada de alarmista nisso, porque é simples e basicamente educação. E educação não prejudica, só favorece.


(L)

sexta-feira, janeiro 26, 2007

faz tempo...

Mas não é por falta de vontade que não aparecemos por aqui. Preguiça, talvez...
Tá tudo bem corrido e movimentado. Um monte de coisa tá ocorrendo.
Novas pessoas, novas idéias, novos conceitos e menos convicções... essa é a idéia.

De pouco em pouco a gente vai contando tudo por aqui. Ou, se quiser, passa lá em casa.

Beijos e muito amor. Muito!
tantra é coisa séria...

Obrigado, pessoal. Vocês são incríveis!

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quarta-feira, janeiro 10, 2007

Aventuras gramaticais

É longo, mas bacana. Recebi isso por email há muito tempo. Como o Noz anda meio paradão, resolvi postar aqui.

“Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador”.
Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar,
a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente.
Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."


Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco - Recife), que obteve vitória em um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

segunda-feira, janeiro 08, 2007