Enquanto conduzia minha passageira em direção ao Jardim Leopoldina, discutíamos sobre infidelidade. Ela sustentava que a traição feminina é mais grave, pois a mulher tem dificuldade de separar sexo e paixão. Já o homem teria mais facilidade em trair a esposa sem se envolver com a amante. Interessante.
Era uma passageira cheia de teorias. Lá pelas tantas, ela me saiu com outra pérola. Disse que é capaz de medir o desempenho sexual de um homem apenas olhando para seu automóvel: quanto maior e mais potente o carro, menor a performance do dono do veículo.
Apesar de jovem, falava com tanta propriedade sobre o assunto que eu pensei tratar-se de alguma estudante de Psicologia ou algo assim. Isso até chegarmos ao Jardim Leopoldina. Lá, apanhamos uma colega dela.
A outra moça que embarcou não tinha a mesma classe da primeira. As roupas justas, a marca do biquíni no quadril e o linguajar chulo deixavam claro se tratar de uma prostituta.
O destino, agora, era um motel de luxo. Como era a primeira vez que atenderiam esse cliente, foram combinando os detalhes do programa. Os mínimos detalhes, diga-se de passagem. A temperatura no táxi subiu bastante.
No motel, fiquei em frente ao quarto esperando que uma delas buscasse o dinheiro do táxi. A caminhonete do cliente das moças era tão grande que mal cabia na garagem. Cabina dupla, turbo, tração 4x4, pneus enormes, mais parecia um caminhão. Pelo visto, elas teriam trabalho com aquele cara.
Recebi a corrida e parti feliz da vida a bordo do meu minúsculo Fiat Uno Mille.
Por MAURO CASTRO
Lá do Taxitramas, de Mauro Castro
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