segunda-feira, outubro 09, 2006

o que eu SEI de politica?

"Voto de Cabresto - Reações de militantes políticos são tão cegas quanto a de viciados em drogas, diz estudo sobre o cérebro.

'O Alckmin é muito superior.'
'Não: ninguém é melhor que o Lula!'
Às vésperas da eleição presidencial, discussões como essa acontecem em todos os cantos do país. Você sabe dizer qual dos lados está com a razão? Se sabe, sua resposta está errada. E se pensou 'Nenhum, o melhor é o do meu partido!', também não tem razão nenhuma. Calma, não se ofenda. É que, segundo um estudo da Universidade Emory (EUA), nem você nem ninguém com preferência política pode ser racional numa discussão. E o motivo é simples: o cérebro não tem acesso à razão nessas horas.
No estudo da Emory, 30 pessoas filiadas aos principais partidos americanos (Republicano e Democrata) foram colocadas em máquinas de ressonância magnética e tiveram atividade cerebral monitorada enquanto liam trechos de frases de George W. Bush e John Kerry da época em que eles eram candidatos à Presidência. Em seguida, pediu-se aos voluntários que apontassem contradições no discurso dos candidatos.
Quando a tarefa foi realizada com o candidato oponente, tudo ocorreu como o esperado: a área responsável pelo julgamento racional entrou em funcionamento. Mas, na hora de falar dos erros do candidato do coração, os voluntários perderam a razão. 'Não houve nenhum aumento de atividade nas partes do cérebro envolvidas com o raciocínio lógico. Em vez disso, vários circuitos neurais envolvidos com a emoção se acenderam', afirma Drew Westen, líder da pesquisa.
A avalanche emocional no cérebro dos partidários desligou as áreas que controlam sentimentos negativos, como tristeza e desgosto, e ligou o circuito neural de recompensa, o mesmo que é acionado quando um viciado se droga. Com isso, eles ficaram mais preparados para defender cegamente o candidato favorito. 'O resultado é que as crenças do partidário foram reforçadas e quase nenhum dado novo foi levado em conta', diz Westen. O cientista acredita que a razão some do cérebro não só na política, mas também em todos os assuntos nos quais há interesse pessoal inconsciente, desde a religião até a ciência. Você pode discordar. Mas será que está usando a razão?"

Rodrigo Rezende_Super Interessante_agosto 2006
(Valeu, Thi, por me lembrar dessa reportagem!)


É por essas e outras que eu confio mais nos meus motivos de escolha. Mesmo com uma boa dose de ignorância política. Porque aqueles senhores que se colocaram em frente às câmeras ontem tinham todo o conhecimento, todas as respostas dentro da cabeça, mas só fizeram se apoiar em ataques pré-arranjados um ao outro. O Alckmin, todo "não sou tão fino assim", subiu nas tamancas e fez cara de furiosa. O Lula, todo "não sou tão tosco assim", não desceu do salto e ainda ficou chamando a atenção do coleguinha. Ah, faz favor! O povo merecia que ambos fossem mais específicos em todos os assuntos, que se contivessem e mostrassem afinal PORQUE votar em um e não no outro. Porque o Alckmin não vai roubar como o PT? Estranho seria ele dizer que vai... Porque o Lula não precisava saber de nada com antecedência, só punir depois? Político perdendo cargo e sendo eleito deputado meses e até dias depois, é punição? (isso não depender só dele não é desculpa)
Gente, cadê proposta concisa? Isso é falatório! Falatório que deixa ainda mais inflados os eleitores do PT e os eleitores do PSDB, e que continua deixando falando sozinhos os mais pobres, os mais ignorantes que eu - porque não têm cultura, acesso à informação, capacidade de análise.
Então eu, que tô aprendendo sobre política com a corda no pescoço, não me meto em discussões detalhadas porque posso, sim, falar besteira das boas. Mas, caros amigos politizados, não encham a minha santa paciência com digníssimas mensagens de ataque a um e a outro candidato. Porque eu prefiro a ignorância, que se corrige com estudo, à cegueira.

E eu vou votar no Ricardo Boechat!

(Lu)

Um comentário:

Anônimo disse...

Será que esse estudo pode ser estendido pra Futebol e religião? Afinal de contas, Futebol, Religião e Política não se discutem, ne?